Friday, January 2, 2009

Resoluções de ano novo... ou não

O início de um novo ano é sempre altura de pedir desejos e enumerar resoluções que, na maioria dos casos, as pessoas acabam por nem fazer muita questão de cumprir. Pegando no ridículo da questão, Bruno Nogueira assina hoje no DN uma verdadeira caricatura de fabulosas dicas para viver melhor em 2009. Chorei a rir ao lê-las, pelo que resolvi partilhar:

"Não fazer promessas para o ano que vem é logo à partida a melhor maneira de encetar o ano que vem.
Mentir é feio, especialmente em cima de uma cadeira com a boca atestada de passas.
Nesse caso é só deprimente.
Por isso, comece os doze meses que se avizinham da melhor maneira, com os desejos possíveis de acordo com o indicador de bateria que lhe aparece na força de vontade.
Aponte:

Engordar.
Mas engordar com tudo o que pareça um ataque cardíaco servido num prato.
E acompanhar as refeições com um copo de óleo Fula fresquinho.
Fumar mais. E melhor.
Fazer o mínimo de desporto possível.
Ou menos ainda.
Não visitar os amigos que insiste em anestesiar com um: "temos de combinar um jantar pá!"
Se esse jantar não aconteceu em 2008 tem tudo para não acontecer em 2009.
Não dar mais atenção aos filhos.
Eles entretêm-se bem com o Canal Panda.
Lembre-se que o próprio animador que está dentro do fato do Panda já perdeu vinte quilos por estar num fato que nunca foi pensado para se usar em todas as estações do ano. Desmaia de quinze em quinze minutos, numa média cada vez mais apurada. Não o vamos deixar agora perder o ritmo.
Ser mais nervoso no dia a dia.
Se possível conduzir a cento e noventa nas localidades e puxar o travão de mão já em cima das passadeiras, a roçar com o pára-choques na bengala de um idoso, só para mostrar quem manda.
Conduzir sempre, mas sempre na faixa da esquerda.
A da direita é para meninos e você não gastou o pib do Ruanda num carro para marcar passo na auto-estrada.
Buzinar (muito) mal desconfie que o sinal vai ficar verde.
Não perde nada em prender um palito na buzina durante todo o vermelho.
Gastar as poupanças todas, e pedir entre três a cinco empréstimos ao banco.
É tempo deles.
A crise não passa de um boato, criado numa qualquer revista cor-de-nada.
Não ir ao médico ver aquele sinal que cresceu dez centímetros nos últimos vinte minutos.
Deve ser só uma santola que lhe caiu mal.
A santola é tramada.
Perder tempo a ler artigos encomendados no "Diário de Notícias".
Alguém do outro lado o teve de escrever.

À partida isto bastará.
Se não for há-de ter muitos anos para elaborar diferentes listas.
A não ser que não seja da tal santola."

Pelo menos se não se cumprirem estas resoluções de ano novo, não me parece que se tenha grande peso na consciência... 'Tá bem
visto.

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