Thursday, November 22, 2007

Uma noite para recordar

A noite teve muitas peripécias, desde molhas a quedas, passando por telemóveis que se deixam no carro e interrupções na linha de metro... mas foi linda!
Entre piadas, um copo de vinho e o cabelo mais despenteado alguma vez apresentado em público, as canções sucederam-se. Genial, é adjectivo que melhor o caracteriza. Jorge Palma.
Um compositor como poucos, um poeta errante que dá voz à banda sonora da vida de muitas pessoas, de diferentes gerações. Era notório. "Não estamos cá pelo dinheiro". Pois não, decididamente. O público era o mais heterogéneo possível, mas estava unido naquele som e naquela pessoa, sentia aquelas notas e aquelas letras, cada um à sua maneira.
Eu senti este concerto de uma maneira muito especial porque, do outro lado do planeta, está uma voz que gostaria de se ter juntado à minha esta noite, alguém que canta só para mim versos que o Palma não cantou desta vez mas que não me saem da cabeça há um mês...


"O meu amor ensinou-me a partir,
nalguma noite triste
mas antes ensinou-me
a não esquecer que
o meu amor existe."

Quanto às minhas grandes companheiras nesta noite para recordar, essas minhas colegas da "nobre profissão" (citando o taxista que tinha um primo do pai que afinal eram dois e um já morreu, cujo grande problema eram os impostos e uma tosse indescritível, já para não falar da mania de travar nos semáforos verdes. Lol!)... Obrigada pela companhia e pelas gargalhadas! Sois grandes, gajas!

(21 Novembro 2007)

Saturday, November 17, 2007

O banho foi longo e de imersão. O ritual dos 1001 cremes foi cumprido. Deito-me cedo. Os candeeiros de mesa de cabeciera acesos. A roupa de cama acabada de mudar. O edredon quentinho numa noite que até já parece de Outono. Os almofadões a postos. A camisa de dormir das ovelhas que me faz sentir leve como uma miúda de 6 anos. A Joni Mitchel canta baixinho. Um livro faz-me companhia. O cenário está montado. Há semanas que sonho com este serão... Esta noite é só minha!

(15 Nov 07)

Thursday, November 15, 2007

Contagem decrescente

Já está... (e agora?)
O ar continua cheio de ti e ainda ouço a tua voz.
Sento-me e espero que toque a campainha, o telefone... e sei que não vai acontecer. Não agora.
Eu sei que vai passar depressa... (Sei?)
Eu sei que vai ficar tudo bem... (Irá?)
Mas neste momento o que mais sinto é este aperto no peito, este vazio que vem não sei de onde e que dá um nó na garganta, que angustia e não passa...
Passou meia hora. Faltam 40 dias.
Que fazer? Que dizer? Sinto saudades...

(21 Outubro 07)

A morte é uma flor

"A morte é uma flor que só abre uma vez.
Mas quando abre, nada se abre com ela.
Abre sempre que quer, e fora de estação.
E vem, grande mariposa, adornando caules ondulantes.
Deixa-me ser o caule forte da sua alegria."
A Morte é uma flor (Paul Celan)

A morte é uma flor. É. Pode ser, pelo menos. Talvez uma margarida branca. Simples, espontânea, terna, natural. O homem devia olhar para esta flor, olhar para dentro de si e aprender a relativizar os seus mini-dramas pessoais. Porque esta flor só abre uma vez.
Obrigada à Pipa, pelo convite, e a todo o Grupo de Teatro Andamento pela noite de partilha. Um grande aplauso a todos vós.
(19 Outubro 07)

... and we're back!

Perguntava no outro dia a Catarina pelo blog, dizia eu que há muito tempo que não actualizava.
- "Então?"
- "Não sei, acho que não tenho tido nada a dizer ao mundo."
Na verdade tenho andado absorvida em pensamentos tão pessoais que se tornam intransmissíveis, ou pelo menos difíceis de partilhar aqui. Porque o caderninho do costume está cheio de páginas escritas de novo ao longo destes últimos meses, ao sabor de reflexões e canções, como sempre.
Vou ver se encontro algumas "publicáveis"...