"No nosso coração, afectos, esperança, ilusão, apertavam-se, davam espaço, para que a dor, no meio, se aconchegasse, ombro a ombro, no mesmo plano, com o mesmo valor. Para o chão atirávamos a esperança, de seguida varríamos a poeira da fé. Às vezes estava tão cansado, tão cansado... (...)
A dor comia bocadinhos de nós. Partes de mim deixaram de existir. A certeza que fica é que para a vida valer a pena é necessário amar e ser amado, e ter muito cuidado com o cristal de que os outros são feitos. Os outros sim, que nós somos de aço. Excepto, claro, quando choramos."
Sinto Muito, Nuno Lobo Antunes
No comments:
Post a Comment