Wednesday, November 26, 2008

Doce amizade

Quando os dias se sucedem nublados e chuvosos, a desesperança domina o humor e as lágrimas parecem estar sempre apostos para desabar, acabando com toda a aparência que custa horrores a manter... há amigos que estão lá.

São os amigos que, entre a meia de leite e a torrada me lêem a mente e me mostram comprensão e apoio... São amigos que me ligam de propósito para me estimular e dizer que confiam em mim... São amigos que me presenteiam com um enorme chocolate a meio de um turno só porque sim... São amigos que me mimam e me permitem manter do lado de cá dessa linha tão ténue que me separa da insanidade de um quotidiano tantas vezes cruel.

Confesso que há alturas em que não consigo entender o que raio vocês me encontram para gostarem de mim como gostam. Mas a verdade é que a vossa amizade é um dos meus maiores orgulhos e é construída a cada dia com muita admiração e uma imensa ternura.

Convosco os dias são mais fáceis, as horas passam a voar, as gargalhadas não têm limite de decibéis e as conversas duram horas e horas.

O chocolate adoça-me a boca, vocês aquecem-me a alma. Obrigada.

Friday, November 21, 2008

Serenata distante

I'm finding my way back to sanity, again
Though I don't really know what
I am gonna do when I get there
Take a breath and hold on tight
Spin around one more time
And gracefully fall back to the arms of grace

'Cause I am hanging on every word you’re saying
Even if you don't want to speak tonight
That's alright, alright with me
'Cause I want nothing more than sit
Outside your door and listen to you breathing
It’s where I want to be


(Lifehouse, Breathing)

Tuesday, November 18, 2008

80 anos


Hoje é dia de dar os parabéns a um velho amigo orelhudo: há 80 anos que o rato Mickey (ou o "Mickami", como eu lhe chamava ainda antes de saber articular uma frase completa minimamente coerente) espalha a sua magia e ternura pelas crianças de todo o mundo.

Símbolo da fantasia e do trabalho de Walt Disney, por ventura um dos criadores que melhor soube conquistar o universo dos sonhos da infância, marcou várias gerações, desde o preto e branco à era digital, e continuará certamente a fazê-lo. Eu continuo fã.

Sunday, November 16, 2008

Ultimo metro

Vou falar-vos de um curioso personagem, Jorge Palma:


Campo Pequeno, 14/Nov/08

Wednesday, November 12, 2008

Lessons to grow old... (it's like walking on the free way)

They never tell you truth is subjective,
They only tell you not to lie.
They never tell you there's strenght in vulnerability,
They only tell you not to cry.
They never tell you you don't need to be ashamed,
They only tell you to deny.
So is it true that only good girls go to Heaven?
They only sell you what you buy.
I've been living underground
Trying not to burn
And finding something else to learn.
(Inspired by Gary Jules)

Arabesco

"Esperei-te no fim de um dia cansado
à mesa do café de sempre.
O fumo, o calor e o mesmo quadro
na parede já azul poente.
Alguém me sorri do balcão corrido,
alguém que me faz sentir
que há lugares que são pequenos abrigos
para onde podemos sempre fugir.
Da tarde tão fria há gente que chega
e toma um café apressado.
E há os que entram com o olhar perdido
à procura do futuro no avesso do passado.
(...)
O escuro lá fora encendeia as estrelas,
as janelas e os olhares nas ruas.
Cá dentro o calor conforta os sentidos
num pequeno reflexo da lua.
Enquanto espero percorro os sinais
do que fomos que ainda resiste,
as marcas deixadas na alma e na pele
do que foi feliz e do que foi triste."
Mafalda Veiga, Fim do dia (do lado quente da saudade)
Foi esta a canção que me veio à cabeça hoje, sentada à mesa daquele que foi o "café de sempre" durante três anos e que já não visitava há algum tempo...
Mais doce que o pastel de nata e mais quente que o café, foi o prazer do regresso e o reencontro das boas memórias. Tenho que voltar mais vezes.

Saturday, November 8, 2008

Carta aberta

Numa arrumação de ficheiros no computador encontrei esta carta, escrita numa tarde em que era suposto estar a descansar antes de ir fazer um turno da noite, em Junho de 2007. Foi uma carta escrita de seguida, muito espontaneamente, após ler um livro que descrevo como inspirador: Do outro lado da bata, de Teresa Gomes Mota.
É uma carta nunca enviada e esquecida por mim... até hoje. Revejo-me (total e dolorosamente, nos últimos tempos) nas minhas palavras, nas minhas dúvidas e nas minhas angústias de há um ano e meio.
***
Cara Teresa,

não nos conhecemos mas ainda assim ouso tratá-la pelo seu primeiro nome porque hoje me sinto muito próxima de si.
Sou enfermeira há onze meses, num hospital público de Lisboa, num serviço de Medicina Interna. Hoje é terça-feira, vou fazer noite. Fui almoçar fora, passei numa livraria antes de vir para casa, descobri o seu livro por acaso, comprei-o… e devorei-o.
A ideia era ler um pouco antes de dormir, para descansar antes de ir trabalhar, mas não consegui parar e li-o de uma ponta à outra.
A empatia que senti consigo e com a sua experiência é incrível, e frequentes vezes as lágrimas me obrigaram a parar antes de continuar a ler.
Pode parecer pretensão… que teremos nós em comum, uma médica tão experiente e uma enfermeira recém-licenciada? Tanta coisa… pelo menos é o que penso após ler o seu livro.
Dei comigo a achar que também eu sou um “patinho feio”, uma idealista. Adoro ser enfermeira, tenho a certeza que não seria feliz se não fizesse o que faço… mas não tenho espaço, tempo ou oportunidade de ser “toda” a enfermeira que sinto que posso ser, que tenho cá dentro.
Enquanto a formação médica foi e continua a ser muito baseada num modelo biomédico, a formação dos enfermeiros evoluiu no sentido de nos fazer olhar os doentes como seres biopsicossociais, em todas as suas dimensões. A Teresa, por ser quem é e ter desenvolvido um determinado percurso, chegou também a essa visão da pessoa doente, a essa forma de entrar em relação com o outro, e destacou-se dos seus colegas. Eu, como tantos outros enfermeiros, fui formada de raiz nesse ideal e dói-me ser largada numa realidade em que o que continua a contar é o diagnóstico e o tratamento, e em que o enfermeiro é constantemente remetido à qualidade de mero executante técnico. E eu sinto-me tão mais que isso…
Mas do outro lado da minha farda também há alguém que continua a sonhar…
Obrigada por, com as suas palavras, me ter ajudado a lembrar quem sou e o que quero ser e por me fazer sentir menos sozinha nesta luta.
Desejo-lhe as maiores felicidades em todos os seus projectos, pessoais e profissionais.

Wednesday, November 5, 2008

Dia de São Barack

Nem sempre, perante um acontecimento ou uma notícia, temos consciência de que presenciamos um momento que marcará a História. Outras vezes, porém, essa noção é clara. Hoje é um desses dias.
Quarenta e cinco anos depois de Martin Luther King ter gritado o seu sonho, Barack Obama foi eleito. É o primeiro presidente negro da nação mais poderosa do mundo e emerge como a nova esperança de cidadãos de todas as raças e credos, que sentiram a brisa da mudança e resolveram abrir as janelas para a deixar entrar e assim reencontrar uma América construída sobre os pilares de liberdade e igualdade.
Talvez o futuro comece hoje.

Tuesday, November 4, 2008

Chocolate quente à beira-rio

A familiaridade da fisionomia e da voz, a coincidência dos pensamentos, a sintonia das opiniões. Feitos talvez da mesma massa, brindados talvez pela mesma sorte ao longo da vida. Dois percursos diferentes e semelhantes ao mesmo tempo. Ideiais, sonhos e ambições que se partilham à beira-rio e aquecem a tarde fria de Novembro.