Wednesday, November 12, 2008

Arabesco

"Esperei-te no fim de um dia cansado
à mesa do café de sempre.
O fumo, o calor e o mesmo quadro
na parede já azul poente.
Alguém me sorri do balcão corrido,
alguém que me faz sentir
que há lugares que são pequenos abrigos
para onde podemos sempre fugir.
Da tarde tão fria há gente que chega
e toma um café apressado.
E há os que entram com o olhar perdido
à procura do futuro no avesso do passado.
(...)
O escuro lá fora encendeia as estrelas,
as janelas e os olhares nas ruas.
Cá dentro o calor conforta os sentidos
num pequeno reflexo da lua.
Enquanto espero percorro os sinais
do que fomos que ainda resiste,
as marcas deixadas na alma e na pele
do que foi feliz e do que foi triste."
Mafalda Veiga, Fim do dia (do lado quente da saudade)
Foi esta a canção que me veio à cabeça hoje, sentada à mesa daquele que foi o "café de sempre" durante três anos e que já não visitava há algum tempo...
Mais doce que o pastel de nata e mais quente que o café, foi o prazer do regresso e o reencontro das boas memórias. Tenho que voltar mais vezes.

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