Há dias em que chego a casa muito cansada... quer dizer, quase todos os dias saio do trabalho muito cansada! É um trabalho exigente, física e psicologicamente... mas há dias em que sinto que supero os meus limites.
Acho que quem passa à porta daquele serviço, velhinho, com a cara por lavar, não tem ideia do que lá vai dentro. Temos tão pouco... Fazemos tanto... Podíamos fazer tanto mais... tão melhor...
E é isso que frustra! Não é a quantidade de solicitações, não é a abundância de trabalho, é a escassez de recursos! Somos poucos, temos pouco espaço, temos pouco material, às vezes não temos mesmo material... Mas o hospital tem relva nova e os lugares de estacionamento delimitados de fresco, a tinta branca... Irónico, não?
Às vezes dá vontade de gritar... outras de chorar... não raras vezes de fugir! (lol) Mas é impossível não ficar.
Custa! Custa porque eu visto a farda como quem "veste a camisola". Porque eu suo. Porque eu ando km por turno. Porque eu abdico do meu tempo de pausa. Porque eu me limito a engolir (literalmente!) qualquer coisa ao almoço. Porque eu saio sempre fora de horas.
Não por dinheiro, não com vista à progressão na carreira... apenas porque trabalho com e para pessoas! Pessoas que precisam de cuidados e que são completamente alheias a todas as carências que o serviço possa ter, embora sofram necessariamente com elas.
Pessoas, não números. Pessoas, não papéis!
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