"Assim aconteceu uma vez a Clio, musa da História que, enfadada da imensa tapeçaria milenária a seu cargo, repleta de cores cinzentas e coberta de desenhos redundantes e monótonos, deixou descair a cabeça loura e adormeceu por instantes, enquanto os dedos, por inércia, continuavam a trama. Logo se enlearam dois fios e no desenho se empolou um nó, destoante da lisura do tecido."
(in A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho, Mário de Carvalho)
Segundo a I., a musa que borda a tapeçaria do meu destino adormeceu há algum tempo atrás, mas recentemente despertou, e desfez o nó que me trazia o espírito em guerra. É uma explicação como outra qualquer, pois claro. Espero então não encontar mais árabes a cavalo a causar engarrafamentos nem desacatos com as autoridades, senão a senhora dona musa tem de começar a beber uns cafezinhos...
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