Wednesday, November 28, 2012
Thursday, November 1, 2012
Saturday, October 13, 2012
Eu esperei
Nas últimas semanas não há vontade de ligar a tv e ouvir noticiários, cheios de más notícias e histórias tristes. Não é querer ignorar, pois a verdade todos conhecemos e sentimos a cada dia na pele a sua dureza; é saber que os media pouco ou nada nos acrescentam, a não ser a ignorância e o desânimo.
Por todos os cantos há frustração e há sobretudo uma revolta muda, a que não se exprime nas palavras de ordem e nos braços no ar, mas antes borbulha no tecido subcutâneo de quem a sente mas não vê ainda a melhor maneira de lhe dar voz ou sentido.
Pelo meio, tropecei numa música que não conhecia e sustive a respiração, pois ela exprime tudo o que vejo e penso e sinto a respeito desta conjuntura. O poema é absolutamente lindo.
"Eu esperei
Mas o dia não se fez melhor
E o sujo não se quis limpar,
Inventou mais flores em meu redor
Como se eu não fosse olhar!
Enfeitou as ruas para cobrir
Terra seca de não semear
Deram-me água turva a beber
Dizem cura e força e solução
Como se eu não fosse olhar!
Mas o dia não se fez melhor
E o sujo não se quis limpar,
Inventou mais flores em meu redor
Como se eu não fosse olhar!
Enfeitou as ruas para cobrir
Terra seca de não semear
Deram-me água turva a beber
Dizem cura e força e solução
Como se eu não fosse olhar!
Eu esperei
Mas o fumo não saiu da estrada
Arde o sonho em troca de nada
Dizem festa, mas é solidão
Como se eu não fosse olhar!
A mentira não se fez verdade
E a justiça não se fez mulher
A revolta não se fez vontade
Braços novos sem educação
Sangue velho chora de saudade!
Eu esperei
Dizem luta mas não há destino
Dão-me luzes mas não é caminho
Dizem corre mas não é batalha
Como quem não quer mudar!
Esta corda não nos sai das mãos
Esta lama não nos sai do chão
Esta venda não deixa alcançar.
Cantam "armas" mas não é amor
Mão no peito mas não é amar
Fato justo mas sem lealdade
Cavaleiro mas já sem moral
Braços sujos que se vão esconder
Braços fracos não são de lutar
Braços baixos não se querem ver
Como se eu não fosse olhar!
Eu esperei
Pelo tempo transparente em nós
Pelo fruto puro de escolher
Pela força feita de alegria
Mas o povo dorme na ilusão!
E a tristeza é forma de sinal
Liberdade pode ser prisão...
Meu deus, livra-nos do mal
E acorda portugal..."
Mas o fumo não saiu da estrada
Arde o sonho em troca de nada
Dizem festa, mas é solidão
Como se eu não fosse olhar!
A mentira não se fez verdade
E a justiça não se fez mulher
A revolta não se fez vontade
Braços novos sem educação
Sangue velho chora de saudade!
Eu esperei
Dizem luta mas não há destino
Dão-me luzes mas não é caminho
Dizem corre mas não é batalha
Como quem não quer mudar!
Esta corda não nos sai das mãos
Esta lama não nos sai do chão
Esta venda não deixa alcançar.
Cantam "armas" mas não é amor
Mão no peito mas não é amar
Fato justo mas sem lealdade
Cavaleiro mas já sem moral
Braços sujos que se vão esconder
Braços fracos não são de lutar
Braços baixos não se querem ver
Como se eu não fosse olhar!
Eu esperei
Pelo tempo transparente em nós
Pelo fruto puro de escolher
Pela força feita de alegria
Mas o povo dorme na ilusão!
E a tristeza é forma de sinal
Liberdade pode ser prisão...
Meu deus, livra-nos do mal
E acorda portugal..."
Tiago Bettencourt
Wednesday, September 12, 2012
Sempre a mesma cantiga!
"O Zé não sabe onde pôr as mãos
e está farto de as ter no ar.
Não teve sorte com os padrinhos
Nem tem jeito p'ra roubar.
O Zé podia arranjar emprego e matar-se a trabalhar,
Mas olha em volta e o que vê não o pode entusiasmar."
e está farto de as ter no ar.
Não teve sorte com os padrinhos
Nem tem jeito p'ra roubar.
O Zé podia arranjar emprego e matar-se a trabalhar,
Mas olha em volta e o que vê não o pode entusiasmar."
Jorge Palma, A Cantiga do Zé
Asas e Penas, 1984
Thursday, August 23, 2012
Wednesday, August 22, 2012
Vêm aí!
Lacinhos, folhos, vestidos, rendas e toda a espécie de piroseira que torna o mundo mais cor-de-rosa :)
Friday, August 10, 2012
Thursday, August 9, 2012
Thursday, August 2, 2012
Socorro!
Tenho andado profundamente indisciplinada nas milhentas coisas que tenho que fazer. E o pior é que a desculpa "estou a precisar de férias" não pega para mim própria, tendo em conta que já as gozei e regressei há apenas um mês.
Estou a pender para a abominável procrastinação?! É que além de ser uma palavra muito feia, soa a patológico. Ai, que não quero ser procrastinadora!
Estou a pender para a abominável procrastinação?! É que além de ser uma palavra muito feia, soa a patológico. Ai, que não quero ser procrastinadora!
A tocar na minha cabeça desde manhã.
O tempo não sabe nada, o tempo não tem razão.
O tempo nunca existiu, o tempo é nossa invenção.
Se abandonarmos as horas não nos sentimos sós.
Meu amor, o tempo somos nós.
O espaço tem o volume da imaginação.
Além do nosso horizonte existe outra dimensão.
O espaço foi construído sem princípio nem fim.
Meu amor, tu cabes dentro de mim.
O meu tesouro és tu,
Eternamente tu.
Não há passos divergentes para quem se quer encontrar.
A nossa história começa na total escuridão
Onde o mistério ultrapassa a nossa compreensão.
A nossa história é o esforço para alcançar a luz.
Meu amor, o impossível seduz.
O tempo nunca existiu, o tempo é nossa invenção.
Se abandonarmos as horas não nos sentimos sós.
Meu amor, o tempo somos nós.
O espaço tem o volume da imaginação.
Além do nosso horizonte existe outra dimensão.
O espaço foi construído sem princípio nem fim.
Meu amor, tu cabes dentro de mim.
Eternamente tu.
Não há passos divergentes para quem se quer encontrar.
A nossa história começa na total escuridão
Onde o mistério ultrapassa a nossa compreensão.
A nossa história é o esforço para alcançar a luz.
Meu amor, o impossível seduz.
Tuesday, July 24, 2012
Sunday, July 22, 2012
No sonho aparecia o moinho de cortiça que fez uma vez no Natal, lembra-se? As velas eram notas de 500 escudos, aquelas com o Mouzinho da Silveira. Agora são euros, avô. E isto está tudo de pernas para o ar e ninguém se entende. Nada disso importaria para si, aqui de onde o imagino, com a bengala entre os joelhos, a sintonizar a telefonia, entre portas, apanhando uma réstia de sol. Caramba, que saudades...
10 razões para adorar o Verão
1. Sol firme e céu azul mais que nunca
2. Gelados
3. O pôr do sol tardio
4. Bikinis
5. A areia a escaldar sob os pés
6. Havaianas
7. Sal nos lábios, sal na pele, sal no cabelo
8. Brincar nas ondas
9. Festivais de música
10. Férias
Não acabes nunca...
2. Gelados
3. O pôr do sol tardio
4. Bikinis
5. A areia a escaldar sob os pés
6. Havaianas
7. Sal nos lábios, sal na pele, sal no cabelo
8. Brincar nas ondas
9. Festivais de música
10. Férias
Não acabes nunca...
Friday, July 20, 2012
Desengane-se
quem pensa que o Alvim não passa de um totó.
"O amor não tem one night stand!
O grande problema do amor é não nos poder ser dado por alguém que escolhamos como certo e saibamos ser o melhor para nós. Desafortunadamente, o amor não se escolhe assim – antes fosse – e na maior parte das ...vezes opta justamente pelo sentido inverso. E do mesmo modo que existem doenças que precisam de um dador certo de medula para se curarem, também o amor não pode ser dado por qualquer um. E isso é que é o cabo dos trabalhos. Não fosse isso e o amor seria tão simples.
Que pena não haver uma marca branca para o amor, como agora se faz para alguns produtos de supermercado. Tão bom seria se, precisados de amor, simplesmente o adquiríssemos junto de quem estivesse disposto a dar-nos. O problema é que nós precisamos de estar prontos para recebê-lo. Senão, era muito fácil: ia-se à prateleira, tirávamos a quantidade de amor necessário para nos alimentarmos e, findo o stock, regressaríamos ao mesmo local para nos reabastecermos. Há quem faça isto com o sexo – e com o sexo dá e é muitíssimo bom – mas, com o amor, não se metam nisso. O amor não tem one night stand. Amar alguém não se pode fazer quando nos apetece, exige militância, acordar cedo para estar esticadinho na formatura.
Amar é estar nos quadros de uma empresa em lugar ministeriável, ter sexo é ser colaborador a recibo verde. Por isso é que há mais gente a ter sexo do que a amar – e reparem que não estou a adoptar nenhum dos lados –, mas quem ama pode ter sexo e quem tem sexo pode nunca conseguir amar."
O grande problema do amor é não nos poder ser dado por alguém que escolhamos como certo e saibamos ser o melhor para nós. Desafortunadamente, o amor não se escolhe assim – antes fosse – e na maior parte das ...vezes opta justamente pelo sentido inverso. E do mesmo modo que existem doenças que precisam de um dador certo de medula para se curarem, também o amor não pode ser dado por qualquer um. E isso é que é o cabo dos trabalhos. Não fosse isso e o amor seria tão simples.
Que pena não haver uma marca branca para o amor, como agora se faz para alguns produtos de supermercado. Tão bom seria se, precisados de amor, simplesmente o adquiríssemos junto de quem estivesse disposto a dar-nos. O problema é que nós precisamos de estar prontos para recebê-lo. Senão, era muito fácil: ia-se à prateleira, tirávamos a quantidade de amor necessário para nos alimentarmos e, findo o stock, regressaríamos ao mesmo local para nos reabastecermos. Há quem faça isto com o sexo – e com o sexo dá e é muitíssimo bom – mas, com o amor, não se metam nisso. O amor não tem one night stand. Amar alguém não se pode fazer quando nos apetece, exige militância, acordar cedo para estar esticadinho na formatura.
Amar é estar nos quadros de uma empresa em lugar ministeriável, ter sexo é ser colaborador a recibo verde. Por isso é que há mais gente a ter sexo do que a amar – e reparem que não estou a adoptar nenhum dos lados –, mas quem ama pode ter sexo e quem tem sexo pode nunca conseguir amar."
Fernando Alvim
Publicado originalmente no jornal i
Publicado originalmente no jornal i
Por vezes a História repete-se...
Mas os homens não. José Hermano Saraiva é uma personagem imortal, que marca gerações, e onde passado e presente convivem para se explicarem mutuamente. Parece impossível que esta face e esta voz desapareçam para sempre, mas permanece o seu legado na educação e divulgação da nossa História e cultura.
"Qualquer que seja o futuro continuará a haver noites de luar, serra de Sintra e o Tejo a correr para o mar."
"Qualquer que seja o futuro continuará a haver noites de luar, serra de Sintra e o Tejo a correr para o mar."
Friday, July 6, 2012
Haja humor...
... Quando tanta coisa vai faltando. Incluindo o pão na mesa de alguns e a vergonha na cara de outros.
Thursday, July 5, 2012
Monday, June 4, 2012
Mercado da saudade (ou crónica do Rock in Rio Lisboa 2012)
Bruce Springsteen não só é o boss como é um senhor. Aos 62
anos deu um concerto e tanto, mostrando músicas novas que provam que o seu
talento criativo e a sua voz estão longe de estarem esgotados, e revisitou
temas de sempre, parte integrante da memória colectiva de pelo menos 3
gerações. Nunca fui uma fã, de cor sabia apenas alguns refrões, mas tornei-me
uma admiradora e não posso esconder o respeito pela energia que mostrou em
palco, numa entrega a um público exausto da espera e do frio. Cantou sempre como
se dedicasse todas as músicas às pessoas da primeira fila, mas deixando claro
que sabia bem a dimensão da plateia que o aplaudia. Achei que o concerto ia
terminar várias vezes e, apesar de estar a gostar, respirava aliviada pensando
em regressar a casa, mas rapidamente ele avançava: “one two three” ou “one
more”, que invariavelmente se transformava em mais quatro ou cinco. O final foi
apoteótico, com o desfile das mais conhecidas, que puseram os milhares de
resistentes da Bela Vista a dançar. Uma oportunidade agarrada, esta de ver ao
vivo um nome incontornável do rock’n’roll (com cheirinho a country, folk,
jazz, blues, pop ou o que mais lhe sabe acrescentar e calha sempre tão bem).
Xutos são sempre Xutos. Já todos vimos muitas vezes,
conhecemos todo o repertório, qualidades e limitações… Mas é inegável que
incendeiam sempre uma plateia, seja ela de que dimensão for, em qualquer
cantinho deste Portugal. Foi impossível ficar-lhes indiferente… E houve que
cantar, que abanar, que aplaudir e que fazer o gosto ao sorriso de orgulho ao
pensar que são portugueses e são dos bons.
Mas nesta retrospectiva o melhor não foi o que se guardou
para o fim. Aconteceu ainda de dia claro e prolongou-se pelo anoitecer. Foram
os James, foi o Tim Booth, os seus agudos e as suas danças de boneco
desatarrachado, foram os acordes familiares e as letras sabidas de cor, foram
as recordações do punk rock e do meu eu adolescente… Com a falha imperdoável de ter ficado a faltar o “Fred Astaire”.
Simples, iguais a si próprios. É deles que mais dificuldade há em falar, pois
houve sobretudo muito que sentir, entre o colorido do palco e os olhos fechados
de quem canta a plenos pulmões canções intemporais, como são sempre as dos
melhores anos das nossas vidas.
Wednesday, May 23, 2012
Orgulho de "tia"
Só hoje soube da tua existência, mas é mágico pensar que já aí estás há umas semanas. Dou comigo a sorrir sozinha, pensando em como a tua chegada vira do avesso a vida dos teus pais, e estou ansiosa para te conhecer.
Sei como te vais chamar mas mal posso esperar para saber se serás menina ou menino, de que cor serão os teus olhos, como será o teu cabelo...
Não sei como vais ser, mas já sei que és. Conheço o teu pai e a tua mãe e conheço-os juntos desde o mais atribulado dos princípios. Espero que tragas a serenidade dele, mas que soltes gargalhadas altas como ela. Sei que vais ser íntegro e generoso; desejo que sejas o mais saudável e o mais feliz.
Antecipo já o toque da pele das tuas mãos pequeninas e o cheiro a bebé e a esperança do teu cabelo. Tu cresces dentro da barriga da tua mãe. Em mim está já crescida uma enorme ternura por ti.
Saturday, May 5, 2012
Thursday, May 3, 2012
A inaudita guerra da minha avenida
"Assim aconteceu uma vez a Clio, musa da História que, enfadada da imensa tapeçaria milenária a seu cargo, repleta de cores cinzentas e coberta de desenhos redundantes e monótonos, deixou descair a cabeça loura e adormeceu por instantes, enquanto os dedos, por inércia, continuavam a trama. Logo se enlearam dois fios e no desenho se empolou um nó, destoante da lisura do tecido."
(in A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho, Mário de Carvalho)
Segundo a I., a musa que borda a tapeçaria do meu destino adormeceu há algum tempo atrás, mas recentemente despertou, e desfez o nó que me trazia o espírito em guerra. É uma explicação como outra qualquer, pois claro. Espero então não encontar mais árabes a cavalo a causar engarrafamentos nem desacatos com as autoridades, senão a senhora dona musa tem de começar a beber uns cafezinhos...
Friday, April 27, 2012
A ti.
Há mais ou menos 2 meses atrás enviaste-me este vídeo, tão inspirador. Eu estava numa das minhas horas mais negras. A vida tinha-me pregado uma rasteira e a queda foi aparatosa. Assustei-me comigo própria e com a maneira como isso me abalou. Mas não a ti.
Obrigada pelo teu incentivo, pelo teu conforto, por todas as vezes que me obrigaste a esboçar um sorriso quando tudo o que eu queria era chorar. Obrigada por me olhares com esses olhos que vêm luz onde eu sinto sombra. E obrigada por acreditares, por não perderes a fé em mim, mesmo quando eu própria desanimei.
O tempo (muito rapidamente) deu-te razão. E eu sei que sou uma pessoa melhor por te ter a meu lado.
Obrigada pelo teu incentivo, pelo teu conforto, por todas as vezes que me obrigaste a esboçar um sorriso quando tudo o que eu queria era chorar. Obrigada por me olhares com esses olhos que vêm luz onde eu sinto sombra. E obrigada por acreditares, por não perderes a fé em mim, mesmo quando eu própria desanimei.
O tempo (muito rapidamente) deu-te razão. E eu sei que sou uma pessoa melhor por te ter a meu lado.
Sunday, April 22, 2012
So far away and yet you feel so close
And the days they linger on
And every night when I'm waiting for
The real possibility that I may meet you in my dreams
Sometimes you're there and you're talking back to me
Come the morning I can swear that you're next to me
And its ok
And every night when I'm waiting for
The real possibility that I may meet you in my dreams
Sometimes you're there and you're talking back to me
Come the morning I can swear that you're next to me
And its ok
Tuesday, April 17, 2012
He's still there
A dor maior da demência é, para mim, a do isolamento e da incapacidade de relação, quer para o próprio, quer para os que o rodeiam. Às famílias, ouve-se muitas vezes dizer que aquela já não é a pessoa que conheceram... De facto, essa pessoa pode parecer irremediavelmente perdida, mas por vezes é possível vislumbrá-la em toda a sua grandeza e singularidade. Este vídeo mostra um desses preciosos momentos, proporcionado pelo contacto com a música, essa outra força excepcional e poderosa.
Wednesday, April 4, 2012
Tentando a sorte...
... Ou arranjando maneira de me espatifar no azar que procurei. Ainda não sei. No entanto, sei que ganharei uma úlcera gástrica com certeza. Ai dessa não me escapo.
Sem título
A professora que diz que o universo é perfeito... A amiga que disse que isto não ia ficar por aqui... A outra amiga que diz que certas coisas não acontecem por acaso... As dúvidas que não desarmam mas que não deixam morrer este verbo agridoce que é o arriscar... A citação outrora ridicularizada de que quando desejamos muito uma coisa, todo o universo conspira para que ela aconteça... A força e o incentivo que vêm de várias vozes, mesmo apesar das incertezas... A esperança que vive em mim... O ditado popular que diz que o diabo não pode estar sempre atrás da porta... O raio do sonho... Seja Deus, seja energia positiva, sejam astros, fadas ou bruxas, seja sorte, seja mérito: acompanhem-me, sim?
Tuesday, April 3, 2012
Thursday, March 29, 2012
TemPo, mudanÇa, SoNHos, pesaDeLoS e pensaMenTos Em geraL
Não escrevo nada aqui desde Outubro... Parece mentira que tenha passado tanto tempo, embora outras vezes parece que esse tempo se passou noutra vida.
O último post revela uma energia e uma confiança que tenho saudades de sentir. Estava animadíssima por aqueles dias, entusiasmada com as mudanças profissionais por que estava a passar e convencida de que finalmente poderia atingir uma realização profissional diferente, pela qual há tanto tempo ansiava. Não foi assim. A bola é redonda, de facto, e às vezes os árbritos também são parciais.
2012 começou ainda com alguma esperança mas os dias passaram a suceder-se com alguma desilusão à mistura. Aqui estou denovo, algures tentando encontrar um caminho com sentido para mim, numa rota que não foi a que eu escolhi e que me parece cheia de buracos e rasteiras. Há que tentar aproveitar o que ela possa ter de bom para me dar e procurar manter-me à tona. Há dias em que não é nada fácil; há outros em que parece que até sou capaz.
Não quero ser lamechas, não quero dramatizar, mas a verdade é que às vezes apetece mesmo fechar a porta e deixar pendurado um cartaz a dizer "blue mood".
Nem tudo é mau, pois claro, e diz o povo que quando Deus nos fecha uma porta abre uma janela. Nem que seja para a gente se mandar dela abaixo, acrescento eu. A verdadeira pena é que não possamos ter portas e janelas sempre abertas, porque eu sou rapariga para gostar da casa bem arejada.
Coisas muito boas aconteceram também e, de alguma forma, há aspectos da minha vida em que sinto que estou exactamente no ponto em que devia estar, e que me enchem os dias de cor por muito cinzentos que eles possam parecer. E é por isso que, apesar de todas as desventuras por que tenho passado, a verdade é que estou muito muito feliz e esperançada num futuro sorridente.
No meio disto tudo, ontem tive um sonho muito perturbador: sonhei com a minha própria morte. Poderia dizer que foi horrível, mas não foi. Acontecia de repente, numa catástrofe no meio da cidade. E soube que morria porque subitamente tudo ficava branco (branco! e eu que sempre imaginei que seria a escuridão total...) como se estivesse a olhar para um ecrã que perdesse progressivamente a nitidez, até que simplesmente deixei de ter a noção de mim própria, como se me desintegrasse. Pode soar mórbido, mas não foi uma sensação desagradável, apenas estranha, porque tive a noção de que naquele momento deixei de existir. Acordei nesse momento, assustada, claro.
O último post revela uma energia e uma confiança que tenho saudades de sentir. Estava animadíssima por aqueles dias, entusiasmada com as mudanças profissionais por que estava a passar e convencida de que finalmente poderia atingir uma realização profissional diferente, pela qual há tanto tempo ansiava. Não foi assim. A bola é redonda, de facto, e às vezes os árbritos também são parciais.
2012 começou ainda com alguma esperança mas os dias passaram a suceder-se com alguma desilusão à mistura. Aqui estou denovo, algures tentando encontrar um caminho com sentido para mim, numa rota que não foi a que eu escolhi e que me parece cheia de buracos e rasteiras. Há que tentar aproveitar o que ela possa ter de bom para me dar e procurar manter-me à tona. Há dias em que não é nada fácil; há outros em que parece que até sou capaz.
Não quero ser lamechas, não quero dramatizar, mas a verdade é que às vezes apetece mesmo fechar a porta e deixar pendurado um cartaz a dizer "blue mood".
Nem tudo é mau, pois claro, e diz o povo que quando Deus nos fecha uma porta abre uma janela. Nem que seja para a gente se mandar dela abaixo, acrescento eu. A verdadeira pena é que não possamos ter portas e janelas sempre abertas, porque eu sou rapariga para gostar da casa bem arejada.
Coisas muito boas aconteceram também e, de alguma forma, há aspectos da minha vida em que sinto que estou exactamente no ponto em que devia estar, e que me enchem os dias de cor por muito cinzentos que eles possam parecer. E é por isso que, apesar de todas as desventuras por que tenho passado, a verdade é que estou muito muito feliz e esperançada num futuro sorridente.
No meio disto tudo, ontem tive um sonho muito perturbador: sonhei com a minha própria morte. Poderia dizer que foi horrível, mas não foi. Acontecia de repente, numa catástrofe no meio da cidade. E soube que morria porque subitamente tudo ficava branco (branco! e eu que sempre imaginei que seria a escuridão total...) como se estivesse a olhar para um ecrã que perdesse progressivamente a nitidez, até que simplesmente deixei de ter a noção de mim própria, como se me desintegrasse. Pode soar mórbido, mas não foi uma sensação desagradável, apenas estranha, porque tive a noção de que naquele momento deixei de existir. Acordei nesse momento, assustada, claro.
Dei comigo a voltar à memória deste sonho estranho ao longo do dia, até que (vergonhosamente) resolvi procurar o seu significado. Vale o que vale, (que é muito pouco, eu sei), mas dizia assim:
"Sonhar com a própria morte simboliza mudanças, transformações, descobertas e desenvolvimento positivo dentro de si ou na sua vida. Embora o sonho com a própria morte possa provocar sentimentos de medo e ansiedade não é nenhuma causa para alarme e é considerado frequentemente um símbolo positivo. Sonhar com sua própria morte é sinal de que grandes mudanças estão à sua frente. Você está a passar por um recomeço e a deixar para trás o passado. Estas mudanças serão para melhor".
E de seguida uma conversa ao telefone que me levanta o véu de uma hipótese da tão ansiada mudança para melhor (?) mas ao mesmo tempo me deixa muito confusa e paralisada com medo de arriscar, sob pena de me enfiar a 200km/h contra a parede e ficar bem pior do que estou.
Resta-me, para já, aguardar. Mas quero muito acreditar...
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